Reabilitação Funcional - Entenda como a metodologia vem ganhando destaques em diversos tratamentos

O que é o S.T.A.F.?

• É uma nova forma de tratamento avançado da fisioterapia, fundamentado em bases científicas, representando um conjunto de métodos que abrangem exercícios de flexibilidade, propriocepção, agilidade, força, potência e torque. Melhora o dinamismo muscular, se diferenciando totalmente dos tratamentos convencionais, por análises biomecânicas minuciosas e bases funcionais para o desenvolvimento do tratamento. Foi criado para as reabilitações das neurocirurgias da coluna vertebral, mas se estendeu, passando por aprimoramentos, e hoje, também atua com grande eficiência em reabilitação pós-operatórias osteomioarticulares e na área desportiva.

Mas porque houve a necessidade de criar o S.T.A.F.?

• Felizmente temos um leque generoso de tratamentos dentro da fisioterapia, mas quando falávamos em reabilitações pós-operatórias da coluna, logo víamos um ou dois tratamentos que pudessem suprir as necessidades do paciente, mas que também não agiam com grande eficiência, levando o paciente a passar praticamente um ano realizando inúmeras sessões.

Dessa forma, me reuni com alguns profissionais envolvidos na área, como os médicos neurocirurgiões e coloquei minha idéia sobre a enfatização de um tratamento mais ativo para estes pacientes, no qual, pudesse devolver as capacidades funcionais mais rapidamente a eles. 

Depois de 4 anos de estudo sobre movimentos funcionais (treinamento funcional e natural), foi desenvolvida uma técnica mais apurada e mais aprofundada em biomecânica articular, nascendo exercícios baseados na cinesioterapia, em que promovessem com mais qualidade e segurança as primeiras melhoras do paciente logo na primeira semana de cirurgia. Dessa maneira, a metodologia foi criando asas ainda maiores devido ao sucesso para com os que mal conseguiam se sustentar em pé sem dor, ou até mesmo na mudança de decúbito na cama, isso, fez com que os médicos enxergassem com grande benefício o tratamento com S.T.A.F., gerando confiabilidade e maior interação entre fisioterapeutas e médicos envolvidos. E hoje, com certeza, é um grande tratamento para quem busca melhoras rápidas nos quadros cirúrgicos, o que antes demorava um ano, consegui afinar o tratamento e reduzir esse tempo para 4 semanas.

Porque o senhor disse que o tratamento teve que se estender até para as reabilitações desportivas?

• Bom, como disse, hoje em dia, temos várias formas também para trabalhar uma disfunção de um atleta, seja profissional ou amador. Mas muitas, ainda visam o objetivam somente o trabalho de força, se esquecendo dos alongamentos de cadeias, alinhamentos posturais, propriocepção global (reorganização neuromuscular), e principalmente, dar a resistência e agilidade perdida nesse tempo de inatividade para tratamento. O S.T.A.F. consegue também com grande benevolência reabilitar este paciente com grande rapidez, e principalmente, atuando de forma preventiva para possíveis reincidivas.

Vendo que o trabalho leva bastante seriedade e que por sinal, tem muitos benefícios, quais tipos de patologia o tratamento abrange? 

• Falando em disfunções da coluna, posso citar as hérnias de disco, protusões de disco, escolioses e desidratações discais. Já em casos pós operatórios, as microtomias, discectomias, laminectomias e artrodeses. Em casos articulares, as tendinites (tendinopatias), bursites e mialgias além de cirurgias como artroplastias de ombro, joelho e quadril.

Como funciona o tratamento?

• O paciente é passado por uma avaliação física e por imagem, ou seja, avaliamos o que realmente apresenta, se tem perda de força, déficits motores ou neurológicos, encurtamentos, hipotonias, parestesias e aumento ou diminuição de sensibilidade (testes neurológicos específicos por patologia) e conciliamos com os diagnósticos por imagem, como por exemplo a ressonância magnética, a tomografia computadorizada, ultra-som e demais exames solicitados pelo médico. 

Uma vez que ele é avaliado, cria-se um tempo estimado de tratamento, dependendo muito do quadro em si.  Inicialmente são seis (6) sessões, sem a necessidade de aulas adicionais, ou seja, em apenas 21 dias, duas vezes durante a semana, o paciente já está bem condicionado, com boa resistência muscular, boa flexibilidade e o melhor, sem dor e quadro álgico na movimentação de vida diária. É óbvio, que depende muito do caso, em quadros pós operatórios, o tratamento pode se estender até 90 dias, mas em comparação a outras formas de reabilitação, o S.T.A.F. ainda consegue sair na frente.

Mas Dr. Diego, porque o seu tratamento se difere dos demais com tamanha vantagem de tempo e benefício?

• O bom fisioterapeuta por sua formação, já tem uma visão diferente dos demais, conciliando com a especialidade em ortopedia, traumatologia e neurocirurgias da coluna, a visão é ainda mais avançada quando falamos numa simples hérnia de disco, sendo capaz de enxergar mais a fundo as alterações biomecânicas e agregando os relatos dos pacientes, uma vez que, já consegue ver o grupo muscular (ou músculo) que está precisando de ajuda, seja em força ou em flexibilidade. Dessa forma, ataca com grande urgência esses músculos estabilizadores e principalmente a região do core (abdominal e diafragmática), através de exercícios funcionais corretivos exclusivos do S.T.A.F.. Sendo assim, a resposta em relação a melhora já é evidente na segunda sessão. Além disso, é passado as bases fundamentais, no qual o paciente reaprende desde a calçar um sapato, até mesmo a escovar os dentes.

Hoje em dia, muitas pessoas sofrem de dores na coluna, portanto, qualquer pessoa pode estar realizando S.T.A.F.?

• Claro, qualquer paciente, até mesmo porque o fator preventivo também tem que estar presente, aliás, é o mais importante antes que se passe por uma cirurgia, que sempre é o último recurso a ser utilizado. Tenho muitos pacientes que fazem o tratamento a mais de dois anos, e enfatizam bastante a melhora a cada dia vivenciado pelo tratamento.

Dr Diego, quais os aparelhos ou recursos que o senhor usa para reabilitar seus pacientes?

• Boa pergunta! Eu não utilizo pesos, eu trabalho muito a consciência corporal do paciente, além do equilíbrio, agilidade, coordenação motora, lateralidade, estímulos cruzados e principalmente, trabalhar a força em cima do próprio peso do paciente. Ou seja, se o paciente não tem o equilíbrio necessário e a boa harmonia entre os grupos musculares, muito provavelmente o mesmo não irá desenvolver um bom trabalho,seja em academias ou em qualquer tipo de tratamento, podendo acarretar em lesões ou disfunções.

Utilizo bolas de areia, bastões, steps, elásticos, trx, bosu e mini bands. Tudo parece muito simples 
ao primeiro momento, mas quando é iniciado o tratamento, o paciente relata que cansa muito mais do que uma aula pesada em academia. Claro que esse relato anterior, são para atletas de alto nível em reabilitação. Mas é basicamente isso, reaprender e se reorganizar, essas são as palavras chaves do S.T.A.F., o restante, os exercícios do tratamento se encarregam de fazer.

O que o Dr. deixaria como mensagem para os pacientes que estão lendo esta matéria?

• Que existe sim uma forma diferente, eficaz e segura de melhorar e prevenir lesões, sem falar na melhora da qualidade de vida, e o mais importante, ter uma vida mais saudável e ativa.

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