Informação - Diabetes tipo 1 é mais fatal para mulheres do que para homens

Doença autoimune

Diabetes tipo 1 é mais fatal para mulheres do que para homens

Pesquisa revela que diabéticas tipo 1 têm 40% maior risco de morrer por todas as causas do que homens com a mesma condição

Diabetes
Diabetes tipo 1: dificuldades em controlar o índice glicêmico e em administrar a insulina podem elevar as mortes por doenças cardiovasculares (Thinkstock/VEJA)
Mulheres com diabetes tipo 1 têm 37% maior probabilidade de morrer do que homens com a mesma doença. A conclusão é de uma revisão de 26 estudos publicada no periódico The Lancet Diabetes & Endocrinology.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Risk of all-cause mortality and vascular events in women versus men with type 1 diabetes: a systematic review and
meta-analysis 


Onde foi divulgada: periódico The Lancet Diabetes & Endocrinology

Quem fez: Rachel R Huxley, Sanne A E Peters, Gita D Mishra e Mark Woodward

Instituição: Universidade de Queensland, na Austrália, entre outras.

Resultado: Mulheres com diabetes tipo 1 têm 40% mais risco de morrer por todas as causas do que homens com a mesma doença.
Pesquisadores avaliaram dados de mais de 200.000 pessoas com diabetes tipo 1 de 1966 a 2014. Eles descobriram que as mulheres têm duas vezes mais risco de falecer por infarto, 37% por derrame e 44% por doenças renais. No compilado de todas as causas, a probabilidade de morrer é 37% maior entre elas.

Para os autores da pesquisa, dificuldades em controlar o índice glicêmico e administrar a insulina, mais comuns no sexo feminino, podem contribuir para a elevação das mortes por doenças vasculares.
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“Essa diferença marcante entre os gêneros pode ter profundas implicações no tratamento de mulheres”, afirma a líder do estudo, Rachel Huxley, professora da Escola de Saúde Pública da Universidade de Queensland, na Austrália. Rachel ressalta que recentemente as associações americanas do coração e do diabetes concluíram que as diferenças étnicas precisam ser mais pesquisadas para prevenir doenças cardiovasculares entre diabéticos tipo 1. “Nós defendemos que as diferenças entre os sexos também sejam mais investigadas”, afirma.


Como prevenir um infarto

Controlar os níveis de colesterol

Um dos principais fatores para evitar acúmulo de gordura na parede das artérias (a chamada aterosclerose) é controlar os níveis de colesterol. Enquanto o colesterol ruim (LDL) deposita gordura na parede das artérias, o colesterol bom (HDL) leva o excesso de gordura para o fígado, de onde ele será eliminado pelo intestino.
Taxas saudáveis de LDL e HDL evitam a formação de placas de gordura, que causam coágulos. “A aterosclerose diminui o calibre do vaso e pode levar até à obstrução do fluxo sanguíneo. Ou ela pode criar uma fissura que exponha o núcleo da placa de gordura. Essa parte, ao entrar em contato com o sangue, origina o coágulo”, explica o cardiologista Cesar Jardim, responsável pelo Clinic Check up do Hcor Diagnóstico, em São Paulo.
Seguir uma dieta pobre em gordura saturada e rica em fibras, praticar atividade física e parar de fumar são medidas que ajudam no controle do colesterol.

Praticar atividade física

De acordo com o cardiologista José Renato, do Hospital Samaritano de São Paulo, a atividade física é uma das medidas isoladas mais benéficas para a prevenção do infarto. Hormônios liberados pelo organismo depois do exercício, como a endorfina, relaxam a parede das artérias. A pressão arterial cai, a taxa de glicose diminui e o índice do colesterol bom, que elimina o excesso do colesterol ruim no organismo, se eleva. A recomendação é praticar 30 minutos de atividade física como corrida, caminhada e natação no mínimo três vezes por semana.

Não fumar

Substâncias presentes no cigarro, como a nicotina, facilitam a coagulação sanguínea e fazem as placas de gordura se lesionarem com mais facilidade. “O cigarro funciona como uma gasolina para a aterosclerose se formar e se romper”, explica o cardiologista do Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco, em São Paulo, Marcelo José de Carvalho Cantarelli, coordenador da campanha Coração Alerta da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Controlar o diabetes

Altas taxas de açúcar no sangue facilitam a formação das placas de gordura na artéria que, por sua vez, podem ocasionar um coágulo. Isso acontece porque o diabetes enrijece a parede interna do vaso (endotélio), ao alterar seu metabolismo. “Além disso, a síndrome desregula o nível de colesterol no sangue, outro fator que favorece a formação de coágulos e a ocorrência do infarto”, explica Marcelo José de Carvalho Cantarelli.

Evitar o stress

Quando o organismo está submetido ao stress contínuo, libera uma grande quantidade de noradrenalina, um neurotransmissor que contrai os vasos e favorece a coagulação. “O stress crônico aumenta os níveis de pressão arterial e de glicemia, por exemplo, fatores que elevam o risco de infarto”, afirma cardiologista José Renato, do Hospital Samaritano de São Paulo.

Controlar a hipertensão

A hipertensão pode causar lesões nas paredes internas das artérias e torná-las menos elásticas e mais predispostas ao endurecimento. “Esse processo aumenta o risco de infarto por facilitar o depósito de gordura no vaso e, consequentemente, o desenvolvimento da aterosclerose”, diz Cesar Jardim.

Manter o peso ideal

A obesidade pode levar ao desenvolvimento de hipertensão e diabetes, fatores de risco para o infarto. Por isso, é preciso monitorar a balança. O cálculo do índice de massa corpórea (IMC), medida que relaciona altura, peso e taxa de gordura, ajuda a determinar se o indivíduo está com o peso ideal. Clique aqui para verificar seu IMC.

Tomar cuidado ao associar anticoncepcionais e tabagismo

O infarto costuma ser associado ao sexo masculino. A incidência do problema, no entanto, é cada vez maior entre o feminino. Há 30 anos, havia dez homens infartados para cada mulher. Hoje, essa relação é de três homens para cada mulher. Uma das razões é a combinação entre anticoncepcional e tabagismo. O medicamento facilita a coagulação sanguínea, assim como o cigarro. “Os dois fatores somados aumentam o risco de infarto também em mulheres jovens”, diz Marcelo José de Carvalho Cantarelli.
(Da redação de VEJA.com)
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Fonte: VEJA

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